Ele estava ali esquecido entre os outros e sob a penteadeira cheia de caixinhas de brincos, pulseiras e gargantilhas. Lá estavam também os hidratantes, os batons, os corretivos para a pele, a maquiagem e todos os aparatos de beleza de que a Dona realmente precisava. Tinham também os seus irmãos por assim dizer, os outros perfumes que chegaram depois dele e fizeram com que ele fosse mais esquecido ainda.
Sim, aos poucos ele foi sendo deixado ali no canto parecendo que não tinha mais utilidade, pois a Dona nem notava mais sua presença. Mas no frasco ainda havia o líquido volátil, o perfume, do contrário ela já o teria jogado no lixo há muito tempo. Ele foi substituído por outros melhores que ela tinha ganhado de pessoas de valor ou que tinham sido comprados por uma boa quantia que são os famosos perfumes importados.
Ela nem o considerava como um perfume na verdade, e falava que era somente uma colônia, como muitos dizem. Era pequeno, e o seu frasco meio azulado. A Dona o tinha ganhado de uma pessoa da família e nem deu tanto valor ao presente ganhado. Guardou o perfume lá na penteadeira demorando muito tempo para poder usá-lo.
Mas em certo momento aquele frasco despertou a sua curiosidade e ela o abriu para sentir sua fragrância. Cheirou e achou o aroma comum, não mais interessante do que os outros que já tinha, mas mesmo assim resolveu usar por algum tempo aquele simples perfume. E todos os dias ela o aspergia em si e assim foi por alguns meses.
Esses meses estavam sendo para a Dona muito memoráveis com acontecimentos muito marcantes e muito esperados. A cada dia era uma descoberta, um sentimento novo, coisas que ela nunca tinha vivido, mas que estava tendo então a oportunidade de viver. Estava sendo uma boa época, talvez o melhor momento de sua vida, mas que não duraria para sempre porque a vida é assim para todos, cheia de bons e maus momentos. Para os bons restam somente as lembranças e para os maus a tentativa do esquecimento.
A vontade de usar o perfume passou e a Dona o devolveu para o seu canto escondido. Sem ela perceber estava também passando aquele lindo momento de sua vida, aquele de tantas conquistas, tantos risos e tantos sonhos concretizados. Tempos difíceis se inaugurariam agora e a lembrança daquele tempo tão bom seria o passado idealizado, aquele que foi e que se fosse possível ela voltaria para reviver.
Mais um tempo se passou, e o perfume ainda continuava lá meio que empoeirado. Outro tempo também chegara para a Dona, agora nem tão bom, nem tão mau, mediano, mais um momento de transição, construção e tentativas. E ocasionalmente, outra vez o perfume se fez lembrar em sua mente e ela o resgatou do seu canto, se interessou novamente, se questionou do porquê de não ter dado valor aquele simples perfume e por tê-lo deixado ali esquecido. Resolveu usá-lo novamente.
Antes, se a Dona acreditava que o aroma do perfume era tão fraco que nem se fazia sentir, a partir daquele momento tudo mudou. Enquanto ela passava aquele perfume como fazia antigamente veio impulsionante as lembranças daquele tempo. Os mesmos sentimentos, as mesmas sensações. Ela podia fechar os olhos e se imaginar naquelas situações tão agradáveis que parecia ser real. Tudo se fazia vivo de novo. Nem mesmo ouvindo as músicas que ela havia conhecido naquele momento não a fazia mergulhar nas lembranças tão fortemente como aconteceu quando o frasco fora aberto.
Era um perfume simples, um frasco pequeno e um aroma aparentemente débil, mas tinha sido aquele frescor que a acompanhara em seus melhores momentos. E quando tudo aquilo passou de uma forma dolorida, a Dona sem perceber guardou todas aquelas boas lembranças dentro do frasco junto com o perfume, e o abrindo novamente as fez livres e vivas mais uma vez. Agora, de todos aqueles perfumes, o do frasco azulado era o que mais lhe valia.
Sim, aos poucos ele foi sendo deixado ali no canto parecendo que não tinha mais utilidade, pois a Dona nem notava mais sua presença. Mas no frasco ainda havia o líquido volátil, o perfume, do contrário ela já o teria jogado no lixo há muito tempo. Ele foi substituído por outros melhores que ela tinha ganhado de pessoas de valor ou que tinham sido comprados por uma boa quantia que são os famosos perfumes importados.
Ela nem o considerava como um perfume na verdade, e falava que era somente uma colônia, como muitos dizem. Era pequeno, e o seu frasco meio azulado. A Dona o tinha ganhado de uma pessoa da família e nem deu tanto valor ao presente ganhado. Guardou o perfume lá na penteadeira demorando muito tempo para poder usá-lo.
Mas em certo momento aquele frasco despertou a sua curiosidade e ela o abriu para sentir sua fragrância. Cheirou e achou o aroma comum, não mais interessante do que os outros que já tinha, mas mesmo assim resolveu usar por algum tempo aquele simples perfume. E todos os dias ela o aspergia em si e assim foi por alguns meses.
Esses meses estavam sendo para a Dona muito memoráveis com acontecimentos muito marcantes e muito esperados. A cada dia era uma descoberta, um sentimento novo, coisas que ela nunca tinha vivido, mas que estava tendo então a oportunidade de viver. Estava sendo uma boa época, talvez o melhor momento de sua vida, mas que não duraria para sempre porque a vida é assim para todos, cheia de bons e maus momentos. Para os bons restam somente as lembranças e para os maus a tentativa do esquecimento.
A vontade de usar o perfume passou e a Dona o devolveu para o seu canto escondido. Sem ela perceber estava também passando aquele lindo momento de sua vida, aquele de tantas conquistas, tantos risos e tantos sonhos concretizados. Tempos difíceis se inaugurariam agora e a lembrança daquele tempo tão bom seria o passado idealizado, aquele que foi e que se fosse possível ela voltaria para reviver.
Mais um tempo se passou, e o perfume ainda continuava lá meio que empoeirado. Outro tempo também chegara para a Dona, agora nem tão bom, nem tão mau, mediano, mais um momento de transição, construção e tentativas. E ocasionalmente, outra vez o perfume se fez lembrar em sua mente e ela o resgatou do seu canto, se interessou novamente, se questionou do porquê de não ter dado valor aquele simples perfume e por tê-lo deixado ali esquecido. Resolveu usá-lo novamente.
Antes, se a Dona acreditava que o aroma do perfume era tão fraco que nem se fazia sentir, a partir daquele momento tudo mudou. Enquanto ela passava aquele perfume como fazia antigamente veio impulsionante as lembranças daquele tempo. Os mesmos sentimentos, as mesmas sensações. Ela podia fechar os olhos e se imaginar naquelas situações tão agradáveis que parecia ser real. Tudo se fazia vivo de novo. Nem mesmo ouvindo as músicas que ela havia conhecido naquele momento não a fazia mergulhar nas lembranças tão fortemente como aconteceu quando o frasco fora aberto.
Era um perfume simples, um frasco pequeno e um aroma aparentemente débil, mas tinha sido aquele frescor que a acompanhara em seus melhores momentos. E quando tudo aquilo passou de uma forma dolorida, a Dona sem perceber guardou todas aquelas boas lembranças dentro do frasco junto com o perfume, e o abrindo novamente as fez livres e vivas mais uma vez. Agora, de todos aqueles perfumes, o do frasco azulado era o que mais lhe valia.