segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Bobo da Corte

Lembro-me de um livro de literatura infanto-juvenil que li algum tempo atrás e que se chamava As Batalhas do Castelo de autoria de Domingos Pellegrini. O livro conta uma história que se passa na Idade Média na qual um rei em seu leito de morte dá para o bobo de sua corte o título de duque e um castelo. Entretanto, esse castelo é disputado pelos dois filhos do rei e o bobo da corte acaba ficando com outro castelo abandonado e de pouca significância para os filhos do rei. A partir daí, o bobo da corte que sei intitula de Bobuque passa a conduzir ao seu castelo aqueles considerados a escória da sociedade daquela época, como os velhos, aleijados, doentes e crianças abandonadas. Assim, o Bobuque com ajuda de cada pessoa do seu castelo vai construindo uma comunidade unida capaz de passar por diversos obstáculos.

A Idade Média foi um período muito interessante por ter abrigado coisas típicas como castelos, reis, príncipes, bobos da corte e o trovadorismo, por exemplo. Eu particularmente me interesso muito por essa parte da história e foi por isso que gostei de ter lido esse livro.

A figura do bobo da corte na Idade Média também é digna de comentários. Na verdade, os bobos da corte foram mais comuns no final da Idade Média e recebiam também os nomes de curinga, jogral, pierrot ou bufão, entre outros. Eles geralmente apresentavam uma deficiência física e sua principal função era entreter o rei e a corte.

Ao contrário do que se pensa, o bobo da corte não era tão bobo assim. Ele entendia da política e das coisas do reino. Era ousado e por vezes irônico, zombador e tecia críticas escondendo-se atrás dos seus disfarces enquanto declamava, dançava e tocava instrumentos. O bobo da corte, pode se dizer, era o único súdito que podia ter tais comportamentos de crítica ao reino e ao rei sem correr o risco de ser preso. Ele era livre no pensar e no agir como ninguém era.

Hoje, talvez o que mais se aproxima de um bobo da corte sejam os palhaços de circos. Pelo menos essa imagem do bobo da corte não morreu totalmente e um pouco dela está presente nos nossos dias. Que nos espelhemos na sua irreverência e ousadia!

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi, sou o Leko do dot.
Muito legal o texto. Eu também gosto muito dessa parte da história, mas nunca tinha visto o Bobo da Corte por esse ângulo.
Gostei do blog, vou virar freqüentador agora.

Anônimo disse...

Bruna!
Gostei muito!!! Eu era fã da Idade Média tb. Mas depois de estudar sobre ela, perdi o encanto um pouco, rs. Mas ainda gosto de algumas coisas. O bobo da corte é uma das figuras. Justamente sobre isso que vc falou. O cara sacava de tudo e ainda tinha a liberdade de fazer suas críticas à sociedade e tudo o mais. Apesar de sua condição de "bobo" e sua deficiência física, ele era o mais privilegiado, pra época,né?

Beijinho, moça.

Bruna (in off) disse...

Aee...
Obrigada galera. Que bom que vcs gostaram!!
Pode visitar mais vezes sim Leko. E Sarah concordo co td que vc falou!!

Valew galera!!

Lívia disse...

Apesar de bobo o Bobo da Corte era muito inteligente, diferentemente do que vemos por ai hoje em dia, já que existem tantos Bobos Arrogantes. Sim, são arrogantes porque fazem maliciosamente as coisas se fazendo de bobinhos. Provavelmente eles se espelham no Bobo da Corte, só que não no essencial para sem um bom Bobo, i.e, não há um motivo benéfico, só há a nítida intenção de humilhar!

Bom texto Bruna.

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